Transformar a realidade. Refletir e representar, sonhar, emocionar e seguir assim... brincando e reinventando a vida. Eis o artista e por ele nasceu o Misen-En-Scène. Um dedinho de prosa sobre a arte. Essa mesma que salta sobre nós a todo instante.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Satyrianas: Festa do teatro invade a Praça Roosevelt e colore o centro velho de SP com muita arte e improviso
Pela primeira vez participei do "Satyrianas - Uma Saudação à Primavera", o maior evento teatral do país promovido pela cia. Os Satyros. A experiência de quase 4 dias dormindo pouco foi muito interessante pois, além de compartilhar com as pessoas lá presentes o momento especial, pude ter uma nova visão acerca dos "fazedores" de cultura da cidade.
Desejo vida longa às Satyrianas! Esse grande encontro com a arte, com a emoção humana e com a beleza da celebração à vida a céu aberto. No passo dessa dança, o colorido se fez presente e a paixão com que esses artistas se debruçaram em seu fazer teatral contagiou os espectadores que, como eu, deixaram a velha praça com os olhos mais brilhantes.
Para saber tudo o que rolou nas Satyrianas, entre no site: http://www.blogger.com/www.satyros.com.br
Momentos da festa:
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Il Postino: Massimo Troisi emociona em 'O Carteiro e o Poeta'
A partir da convivência próxima entre os dois, o poeta tenta ajudar - por meio da poesia - o pobre carteiro a conquistar a bela dama por quem é apaixonado. No meio desse processo, Mario Ruoppolo vê sua vida sendo transformada a partir do contato com as palavras e do aprendizado com o chileno Neruda.
A história é baseada no livro do escritor chileno Antonio Skarmeta, "Ardiente Paciencia" e é a segunda versão para as telas do romance. A primeira, dirigida pelo próprio escritor, em 1983, recebeu o mesmo título, e o filme, assim como na história original, se passa no Chile durante o governo Allende.
O ator e roteirista Massimo Troisi, 41 anos, que sofria de uma cardiopatia, morreu no dia seguinte ao término das filmagens.
Prêmios e indicações:
* Oscar na categoria de Melhor Trilha Sonora Original, composta por Luis Enríquez Bacalov - 1996 (EUA)
* Indicado para os prêmios de Melhor Ator (Massimo Troisi), Melhor Diretor, Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado - 1996 (EUA)
* Melhor filme estrangeiro pela Academia Japonesa de Cinema - 1997 (Japão)
* Melhor Filme em Língua Não Inglesa - 1996 - BAFTA (Reino Unido)
* Prêmio Anthony Asquith para música de filme - 1996 - BAFTA (Reino Unido)
* Prêmio David Lean como melhor direção - 1996 - BAFTA (Reino Unido)
* Indicado nas categorias de Melhor Atuação de Ator Protagonista (Massimo Troisi) e Melhor Roteiro Adaptado - 1996 - BAFTA (Reino Unido)
* Melhor Edição - 1995 - Prêmio David di Donatello (Itália)
* Indicado na categoria Melhor Música - 1995 - Prêmio David di Donatello (Itália)
* Melhor Filme Estrangeiro - 1996 - Prêmio Sant Jordi (Espanha)
* Prêmio da Audiência como melhor filme - 1995 - Mostra Internacional de Cinema SP (Brasil)
Neruda: - Querer não é importante. As imagens devem surgir espontaneamente.
Ruoppolo: - Você quer dizer que o mundo todo, o mar, o céu com a chuva, as nuvens... o mundo todo é, todo ele, metáfora de alguma outra coisa?"
domingo, 18 de novembro de 2007
Dramaturgias: Leituras e debates sobre dramaturgia contemporânea no CCBB-SP
Diálogo com outras obras, outras cenas, outros artistas
Misen-en-Scène no Digestivo Cultural
Obrigada, Julio, pela força!
http://www.digestivocultural.com/blog/post.asp?codigo=1674
Guerreira Clara de todas as canções
Identidade - Melhor Curta-Metragem na categoria documentário
Após meses de intensas atividades de produção, dedicação total à agenda das mais diversas fontes e todo o caos que envolve a "confecção" de um documentário jornalístico amador, "Identidade" foi eleito o melhor curta-metragem na categoria documentário no II FECUNI (Festival de Curtas Universitário).
O projeto deve prosseguir, segundo seus idealizadores, 2008 adentro. A idéia agora é melhorar a pós-produção e encarar alguns festivais, como o de Gramado, por exemplo. Boa sorte, meninos!
Mais informações e um drops de "Identidade" na postagem de Outubro. Confira aqui:
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
UMA PAUSA OBRIGATÓRIA!
A inédita demissão foi feita pelo governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, que demonstrou - com essa atitude - que pouco ou nada sabe sobre as regras da Língua Portuguesa
Saiu no Diário Oficial!! O gerúndio está demitido de todos os órgãos do Distrito Federal. E por decreto!
Mas... será que o excelentíssimo governador não está confundiNDO o gerúndio com o tal do gerundismo - uma verdadeira praga nos discursos proferidos no serviço público e nos call centers nacionais?
Já que o gerúndio está proibido em Brasília, temos duas opções: ou mandar o político para Portugal (onde utilizam o infinitivo da mesma forma que nós nos valemos do gerúndio no Brasil) ou teremos mesmo de nos acostumar com os assessores do governador falando mais ou menos assim:
Quá, Quá, Quá.
Eis a íntegra do decreto. DIVIRTA-SE!
DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007.
Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
"Identidade" - documentário curta-metragem - vem chegando!
Quem é você?
Em treze perguntas. Para onze pessoas.
Assim nasceu o documentário curta-metragem “Identidade”. Para desvendar o grande mistério de cada um de seus entrevistados que vivem na cidade-luz do Brasil. Cada um com suas verdades, crenças, experiências e visões de mundo... Revelados pelo realismo da lente e desnudos pelas próprias palavras.
“Identidade” tem como proposta mostrar o que cada indivíduo guarda de mais profundo dentro de si, revelando pouco a pouco, a cada gesto, a cada olhar, a sua essência. A tal da identidade.
Exibição amanhã no II Fecuni - Festival de Curtas Universitário! Entrada Franca.
* II FECUNI - Festival de Curtas Universitário.
Dias 3, 4 e 5 de outubro de 2007, 20h.
Auditório Fernando Henrique Cardoso - Universidade Cruzeiro do Sul. Campus Anália Franco, São Paulo.
Identificados:
Carlos “Careqa”, Cláudia Nascimento, Cláudia Wonder, Eda Lima Meira, Eduardo José Martins Jr. - “Dudé”, Fuad Miguel, Margareth Bernardinelli Morato, Moshe Pollacseck, Patrícia Rocco, Vitor Mizael e Leidiane Rocha Dias.
Trilha Sonora:
"DNA - De Nada Adianta" - André Luís Assef
"Ser Igual é Legal" - Carlos Careqa
Produtora: Tia Emidia Comunicação
Equipe: João Cotrim, Virgínia Delfino, Tomás Lombardi, Luis Wagner Di Palma, Fabíola Loyolla
domingo, 30 de setembro de 2007
Tragédia de Ésquilo ganha tom contemporâneo no canto ideológico do Folias
Um dos grupos teatrais de maior expressão do cenário nacional, o Folias comemora 10 anos de vida com ousadia e traz à cena a tragédia grega “ Orestéia”. No espetáculo, a trupe propõe reflexões críticas acerca do modelo de democracia instaurado no mundo ocidental, traça paralelos com a história dos países latino-americanos e do próprio movimento teatral.
Fotos: Joana Mattei
Com reflexões nada ingênuas sobre questões existenciais, políticas e sociais, o grupo Folias chega aos 10 anos e nos brinda com uma proposta que salta aos olhos: “Orestéia – O canto do Bode”.
E foram longe... Escolheram a tragédia de Ésquilo (obra-prima do mundo grego, escrita no século V a.C.) para - numa riquíssima versão do clássico - fazer uma reflexão sobre a criação da democracia (surgimento do Estado grego), sobre como esse modelo influenciou a formação do continente latino-americano e toda a violência que se seguiu borrando de sangue e luto grande parte de nossa história.
Impacto Estético – Além da experiência da linguagem dramática muito bem explorada pelos afinados atores, o espectador de Orestéia é surpreendido também pelo impacto estético que a peça propõe. O espaço cênico é surpreendente com elementos cenográficos compostos por aparatos que nos remete ao caos, a escassez de recursos. E, mais uma vez, o tom denunciativo surge em meio à criatividade que permite, por exemplo, a concepção de um narrador que empunha um ventilador e segue em cena borrifando água para mostrar os ventos que levavam as naus de Agamêmnon rumo à Tróia.
Os célebres personagens de Ésquilo são desconstruídos esteticamente e aparecem em cena ora como maltrapilhos guerrilheiros cansados do combate, ora desnudos, ora revitalizados pelos ares revolucionários dos anos 60 em suas roupas à la Hair, ora como nossos contemporâneos de terno e celular em punho.
Com um figurino exótico e expressões que transitam entre a elegância, tons monocórdios e gestos exagerados, a monarca rouba a cena em atuação que enche o palco e a alma da platéia.
Durante o julgamento do crime de matricídio cometido por Orestes para vingar a morte do pai Agamêmnon brutalmente assassinado pela esposa traidora, Clitemnestra, o público é envolvido na cena e decide – por meio do voto - o destino de Orestes. A deusa Palas Atena surge como símbolo de Justiça e Sabedoria e toma frente do tribunal, instituindo assim a democracia. Mas, surpreendentemente, o resultado do julgamento é idêntico ao da obra original, não dependendo da contagem dos votos. E aqui está o pulo do gato! Nesta encenação a opinião popular é o que menos importa, já que a decisão está sempre nas mãos divinas dos poderosos.
Alguma semelhança com Brasil de ontem ou de hoje?
Com este brilhante espetáculo, o Folias nos leva a inúmeras e ricas leituras. Uma dessas possibilidades está na reflexão sobre o papel da tão cultuada democracia e de que forma ela violenta seus cidadãos. Violência moral, intelectual, material, física. De que forma contribui para a manutenção da desigualdade e da contradição num país que abriga taxistas engenheiros e prostitutas diplomadas?
Entre tantos questionamentos propostos, a peça nos presenteia também com momentos de pura beleza poética. A velha canção de Noel Rosa nos toma de assalto quando o simpático palhaço-narrador toca sua sanfona e, com lágrimas aos olhos, cantarola a letra de “Pierrô Apaixonado”. A troca de cenário ao som de “Fim”, do poeta português Mario de Sá-Carneiro, é igualmente tocante e forte.
Após três horas e meia diante de uma verdadeira obra de arte teatral, vem a escuridão. Com ela o silêncio e o instante do aplauso. E nós permanecemos ali. Atônitos.
Orestéia é a celebração da arte exercida em sua máxima potência. Teatro de discussão política e do aprendizado de como resistir no sonho “sem ceder à sedução de uma vantagem”.
Transformador. Imperdível!
Elenco: Atílio Beline Vaz, Bira Nogueira, Bruna Bressani, Carlos Francisco, Dagoberto Feliz, Danilo Grangheia, Flavio Tolezani, Gisele Valeri, Nani de Oliveira, Paloma Galasso, Patrícia Barros e Zeca Rodrigues.
Orestéia – O Canto do Bode
R. Ana Cintra, 213 – Santa Cecília – ao lado da estação Sta. Cecília do metrô.
Tel. (11) 3361-2223
5as. e 6as. às 20hs – R$ 10,00 - promocional
Sáb. às 20h e dom. às 19h - R$ 30,00censura 14 anos, 70 lugares, 190 minutos (com intervalo de 10 min.)Até 04/11